domingo, 25 de julho de 2021

DESCONSTRUA-SE


 








Ao perceber que o frescor da alma...
desmaia em noites de desespero,
e uma estreiteza desponta por dentro,
saqueando o riso,
desconstruindo a brandura,
roubando-lhe a quietude,
criando uma aflição incomum,
- não desaponte os sonhos.
Isso tem cura:
O que será preciso é... desvestir-se,
de tudo que incorporou vida afora,
é hora de despojar de todos os paradigmas,
procurar outra estrada,
diferenciar... não ser mais um.
 
Se for preciso...
fuja de tudo que te inutiliza,
dispa-se desses seus disfarces,
daquilo que você não é,
dos medos que te atemoriza.
 
Desconstrua-se para não adoecer.
Em vez de...
potencializar a dor,
loucure-se... passe a carregar leveza,
pressentir o instante,
a grandeza das coisas simples,
e não permita a fugacidade do tempo,
subtrair-lhe um grande amor.
 
Em vez de...
estigmatizar o lamento,
silencie em vez de desatar o grito,
não dê, a saber, a muitos, os seus desassossegos,
cada um tem a sua historia,
desaposse da sua verdade,
viva como se estivesse indo aonde o vento sopra,
espalhe elegância... espalhe atrevimento.
 
Descontrua-se...
Como se fosse um… desfolhar,
mas, não perca o viço... o fulgor,
e nem o fim,
ressurja com toda a sua exuberância,
com toda a sua resiliência,
volte maior,
diferente do que foi... melhor,
inda tens muito para amar,
e tempestades para transpor.


Ari Mota



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