quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ABRIGO


Se a rudeza da rua, o incomodar em aflição,
e olhares autômatos passarem ao seu lado,
como espectros em solidão.
Não se assuste, são... desatinos da multidão, extrema cegueira,
assemelham-se no vil, no mísero olhar de desdém,
na desimportância de existir.
Igualam-se no vulgar, no comum dos homens.
Mas os concebam... assim: nem menores, nem maiores,
vieram para ofuscar suas próprias verdades,
e fazerem luzir suas infinitas mentiras.
Estão passando por aqui... apenas, por um acaso,
não vieram para evoluir.
Foram aprisionados pelas crenças religiosas,
e pela esperteza maquiavélica do sistema,
e das políticas mentirosas.
São desesperanças coletivas, de fácil logro e enganos,
amam coisas, moedas, rubis, ficaram... desumanos,
e não estão e nem são livres.
Mas... não se atormente com tudo isso, faça diferente.
Não se esqueça de criar na alma um refugio urbano,
onde você possa entrar todos os dias em calma,
e abrigar ali os seus sonhos, e devaneios,
e em silêncio... brincar de quietude,
e em sossego, teimar em ser feliz,
com todo o destemor
e depois...
olhar para o mundo com carinho,
e para você mesmo,
com amor.

Ari Mota

4 comentários:

maria claudete disse...

Caro Ari perfeita esta frase:" em silêncio... brincar de quietude,
e em sossego, teimar em ser feliz,
com todo o destemor", é a vida em reclusão interior que nos propicia esta verdade , sim ,vivemos para o mundo que nos cerca a partir do momento em que aprendemos dentro de nós o verdadeiro sentido do viver. Abraços.

Denise disse...

Interessante Ari, tenho olhado com mais cuidado ao redor...e visto um pouco disso que encontrei aqui...devo estar envelhecendo, embora mantenha jovens os sonhos, e venha teimando em ser feliz.

Um grande abraço, amigo querido!

Anônimo disse...

Oi Ari,
Que pena, essas pessoas que esquecem de viver... A vida é para ser vivida e não para se passar nela como um turista.
Abraços,

Sonia Pallone disse...

Existem coisas que são aprendizados em nós...Um olhar de ternura, derrete o mais endurecido dos homens...Como é bom te ler, Ari, estou aqui pelo menos há uma hora atualizando meu interior com a sua poesia. Ando numa correria louca, por isso a ausência...Mas já saio com saudades. Beijos meu querido.