domingo, 26 de janeiro de 2025

DELICADEZA


 








Tudo bem que...
Foram tantos recomeços,
tantas escolhas e poucos amores.
Ponderei tanto que virei silencio,
e nunca do abandono... fiquei refém.
Revitalizei-me em demasia,
afastei-me dos que ferem,
e passei a andar com os que curam,
até me curar das minhas dores,
e não machuquei ninguém.
 
Tudo bem que...
Abeiro ao fim,
mas... o tempo me confidenciou,
que ninguém acaba...
transformamos em universo,
e que este é o meu tempo da delicadeza.
Não há mais tempo para nada,
a não ser para o amor.
Não haverá o “depois:”
- depois: eu amo,
escrevo um poema,
viajo sem destino,
destilo a minha loucura,
sonho em devaneio,
roubo um beijo dessa sua boca,
para que as noites não sejam... solidão.
O tempo anda sussurrando para a minha alma,
celebre a vida,
contemple mais... o que resta,
e tudo... tem que ter leveza,
e gratidão.
 
Tudo bem que...
Houve momentos de rudeza,
mas... bom mesmo foi que não parei,
nem desisti,
e fui um aprendiz sem tamanho,
hoje sei que tudo valeu,
e a vida aconteceu exatamente assim:
da minha pequeneza... ao ápice de mim mesmo,
vivi o máximo que eu poderia ser,
hoje sou mais alma... que matéria,
não me procure para despejar,
o que não me agrega brandura,
não tenho mais tempo para futilidade,
virei poesia
e delicadeza.
 
Ari Mota



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