domingo, 19 de maio de 2024

EFÊMERO VENDAVAL


 








Sei que o tempo se esgota,
mais parece um efêmero vendaval,
mas... mesmo assim, é um dispare existir,
um desatino continuar.
Eu muita das vezes esqueço-me dele,
e nem sei por onde ele anda, e nem quero saber,
é que ele, quase me fez não encontrar algo pelo que viver,
já quis descontruir o meu maior sonho...
que era nunca se esvaziar.
 
Verdade foi que sonhei em demasia,
quis ser e ter tanta coisa,
quase me sufoquei, e tudo me doeu.
Mas... optei em não acumular sonhos,
venho realizando um por vez,
e fiz todos caberem, dentro da minha ousadia.
E hoje entardecido, o ultimo sonho é ser “eu”.
 
E assim...
entre eu e o tempo... instalamos um abismo,
e jogamos lá dentro: o ontem e o amanhã,
pactuamos só viver o momento,
e continuar sonhando até o fim.
 
E existir me foi apoteótico...
Saí... desesperado à procura de um amor.
E num descuido juvenil, uma bailarina louca...
esmurrou a porta da minha alma,
e saímos mundo afora,
vivendo nossa doce loucura.
E esse sonho se perpetuou nas estrelas,
e um... nunca desistiu do outro, e até hoje dura.
 
Depois três borboletas,
surgiram rodopiando em nossa volta.
Preencheram todos os nossos vazios,
povoaram os nossos desertos,
inundaram de amor a nossa solidão.
Passamos a carregar leveza...
e gratidão.
 
E se de tudo,
tudo for impermanência...
e desafio,
que venham os temporais, as incertezas,
- que entro com a minha resilência.


Ari Mota

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