domingo, 1 de maio de 2016

DEPOIS DO IMPOSSÍVEL

Incredível foi que... fui salvo pela minha teimosia.
Sempre acreditei...
que depois daquelas nuvens escuras,
daquele vendaval estacionado na frente do meu destino,
olhando-me como quem... colocasse medo em minha alma,
como quem... me roubasse o riso e a dança,
como quem... arrancasse-me a intrepidez,
e meus doces delírios:
Houvesse momentos de quietação,
que tudo fosse mudar, fosse embora,
sem invadir a minha calmaria,
a minha solidão.
Não muito distante no tempo,
quando fiquei sem escolhas,
cativo da incerteza, de dúvidas insanas,
encolhi-me tanto,
que encontrei uma passagem secreta,
que me levou para dentro, para dentro de mim,
e agarrei-me... naquele último fôlego,
atrevi... com aquele último passo,
e eternizei-me... naquele último instante,
como se não houvesse... fim.
E passei a não me importar se a vida é um disparate,
uma quase loucura,
e tão pouco um descomunal desafio,
hoje... respiro fundo... e vou... para o embate,
e tudo já não é uma incomum aventura,
pois, a maior delas, a maior das lutas,
confesso... foi comigo mesmo,
que travei a maior das disputas,
e hoje... não penso em fugir dos combates,
nem sumir... não sei para aonde,
como alguém que se esconde,
e este... sou eu,
sei da ousadia que é existir, e do tamanho da sua rudeza,
mas, amo as escolhas que fiz... em brandura.
Só ando com quem descobre o meu melhor,
ama o meu silêncio,
e me... inspire, ser mais do que sou,
me... motive, a nunca desistir de mim.
Ousei... abandonar todas as previsões,
não encontrei perigo... nos meus sonhos,
sobrepus o tempo e suas estações,
transcendi... a ânsia do inevitável,
e as expectativas e suas ilusões.
Sempre acreditei no depois do impossível,
inadvertidamente...  sempre fui assim.

Ari Mota


Um comentário:

Sonia Pallone disse...

Vc tem razão nesse reflexivo texto Ari... os maiores duelos, as lutas mais ferrenhas são disputadas dentro da gente...Somos parceiros e adversários de nós mesmos...Algumas vezes a gente perde e até sangra no chão... Em outras, a gente ganha e comemora sozinho...e assim seguimos...nossas guerras nunca serão finitas... Beijos poeta querido.