segunda-feira, 11 de maio de 2015

TOMEI... O CAMINHO DO SOL

Por diversas vezes, me reuni com o destino,
e todas às vezes... nada aconteceu,
varávamos madrugadas... eu e ele,
às vezes ele me olhava com carinho,
outras vezes... com puro desdém,
eu falava ao vento, e ele ali... mudo,
inerte, contemplava a minha aflição,
e não esboçava nada com ninguém.
Eu... como tinha pressa de viver,
e, em um desses acesos de loucura,
tomei... o caminho do sol,
o abandonei em uma dessas esquinas que passei,
eu precisava dividir os sonhos e as minhas dúvidas,
compartilhar a minha solidão... e ir,
enfrentar as minhas tempestades,
sem temer o tempo que há de vir.
Por diversas vezes tentei falar com o meu destino,
e tentar, tirar dele... onde tudo isso... ia dar,
qual seria o final... em que porto... eu iria um dia parar.
Mas, de tudo, o que mais me tocou... foi o seu silêncio,
e bom mesmo, foi descobrir a sutileza do seu segredo,
“Que graça tem saber do fim”,
e assim, continuei, fui viver os meus entremeios,
sem saber o que estava reservado pra mim.
E isso me deixou... mais leve,
despojei-me das expectativas, e nada mais esperei.
E hoje, vou com pouca bagagem, e sem dramas,
desonerei a minha alma dos entulhos,
retirei os detritos, as sobras... só levo os inteiros,
e quase ninguém me acompanha,
exceto... uma bailarina louca, e duas borboletas,
que fazem da minha vida... a maior de todas as façanhas.
E assim... eu existo...
Sou apenas o tempo que medeia, o inicio do meu fim.
E entre eu, e o meu destino... acertamos, que nesse intervalo,
nessa exuberante passagem... um não deve olhar para o outro,
e que, ele apenas possa... levar-me, sem nada dizer... enfim.
Olha, quando tomei o caminho sol, sem nenhum desatino,
e tracei apenas o rumo... sem querer saber do meu destino,
uma luz acendeu dentro da minha alma, com todo o fulgor.
E assim quando querem me amesquinhar... viro silêncio,
quando derramam lagrimas, despejo alegria,
quando jogam desalento... apareço com a minha teimosia,
quando ensaiam ódio... e desalinho intenta... impor,
como tomei o caminho do sol e tudo é luz:
desforro com o meu amor.

Ari Mota

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