sábado, 23 de março de 2019

MERGULHE

Na dúvida...
Mergulhe na vastidão de si mesmo.
Se não encontrar um abrigo,
que o perigo seja sua companhia.
Se não encontrar lucidez,
que a aridez da estrada não o impeça de ir.
Se a solidão lhe alcançar pelo caminho,
mesmo sozinho contemple as estrelas,
e a grandeza de dentro, essa incomensurável.
Vasculhe cada canto a procura de encanto,
e irá deparar com um horizonte intocável.

Na dúvida...
Mergulhe na imensidão do seu próprio silencio.
Se não encontrar uma sinfonia,
que sua melodia fale de amor.
Se não encontrar um abraço,
que o seu descompasso não vire sofreguidão.
Ria mais, enlouqueça mais,
dance a beira de um abismo com a sua doidice,
com essa loucura desmedida, escondida no peito.
Sonhe em demasia, e que tudo vire alegria,
faça tudo do seu jeito.

Na dúvida...
Mergulhe alma adentro.
Se não encontrar leveza,
que depare com a dureza que foi chegar até aqui.
Se não encontrar calmaria,
siga o seu destino, espalhe sua magia.
De plano... que não tenhas planos, a não ser... ser feliz.
Vá fundo... preencha de sonhos todos os seus vazios,
é só mergulhando  para dentro que se reinicia.
Desperte esses medos adormecidos, esquecidos,
seja símbolo de determinação para si mesmo, sem ironia.

Não tenha dúvida... acredites,
mergulhe... é só no âmago da alma,
e visceralmente
que irá provocar o seus limites.

Ari Mota



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