segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

SERENA-TE E CONFIA

Não faz muito tempo...
foi depois... da meninice,
que um olhar sereno me contempla de forma absurda,
espreita-me... com a alma,
toca-me... por entre o vento,
parece loucura... parece sandice,
é uma figura lívida... angélica... tamanha calmaria,
que em noites de solidão,
abraça os meus vazios,
e nos meus silêncios... coloca emoção,
sussurra-me... serena-te e confia.
Não faz muito tempo...
foi antes da velhice,
que na descoberta... vejo um anjo me fazendo companhia,
auxilia-me nas batalhas... essa íntima... incomensurável,
acompanha-me... quando busco os meus reinícios,
alcança-me... quando me perco com a minha doidice,
põe-me à prumo... quando me despenco... e me espia,
e ao meu lado... celebra com aplausos... quando me renovo,
ri... das minhas gargalhadas, aquelas... que dou, dos meus erros,
do meu sorriso fácil... dessa alma ardente... afável,
das vezes que não perco a chance de ser feliz, nem sonhar,
e me segreda... serena-te e confia.
Não Faz muito tempo...
foi antes da minha lucidez,
que uma voz vinda da alma, desse vão... aqui no peito,
disse-me baixinho... nunca desaponte os seus sonhos,
nunca pare de procurar um porto novo,
um caminho diferente, e fazer tudo do seu jeito,
e nunca perca a ousadia de sempre recomeçar, com altivez.
Não faz muito tempo...
só levei uma vida,
para ficar mais compassivo... e melhor,
e fazer que meu existir seja um espetáculo de coisas simples,
sem essa exposição desnecessária,
sem essas vaidades descabidas,
deixei de ser insincero.
Fiz com que a verdade pavimentasse o meu caminho,
e minha certeza fosse mais sólida... que a duvida.
Passei há ter mais tempo para mim, para este que sou,
para a minha reconstrução... e só faço o que quero.
Deixei de colecionar coisas, passei a guardar emoções,
substituí a ironia pela sinceridade,
e em vez de muros, passei a construir pontes.
Passei a fazer com que a sutileza, vença a mim mesmo,
e ao meio de qualquer temporal, arqueio a fronte... e vou.
Amo-me... em demasia,
meu anjo... sempre me diz:
serena-te e confia.

Ari Mota


4 comentários:

Ju Marcondes disse...

Bommm... diaaaaa...!!!!!

Sonia Pallone disse...

Meu querido Ari, que bom saber que vc não abandonou seu cantinho, assim como eu quase fiz... Minhas páginas do Face me tomam muito tempo, mas resolvi não desistir do meu Solidão... Tentarei recolocar todos os textos que se perderam por aí, inclusive os cards e seja o que Deus quiser... Obrigada pela visita, continuo amando sua escrita... Beijos

Unknown disse...

Amando seus poemas, já virei fã!

Unknown disse...

Amando seus poemas, já virei fã!