domingo, 16 de setembro de 2012

QUANDO SE CHEGA À ALMA

Em minhas viagens, a melhor delas foi quando cheguei... em mim,
custou, demorou... achei que não ia me encontrar.
Óbvio foi... que antes, tive que espantar alguns fantasmas,
combater temores adormecidos, escondidos aqui dentro,
espectros da minha meninice, sandices trazidas pelo vento,
pelo desassossego com a espera, com a busca...
inquietação com o caminho, com a pressa, com o desgarrar do tempo.
E na inocência, sonhador e atrevido... de todos... destoei,
dos que, disseram-me que tudo seria difícil, e que nada me era permitido,
fiz tudo do meu jeito... tentei de novo, e varias vezes recomecei.
De todas as batalhas, confesso... de todas eu temi,
tremi em noites de aflição, assustei quando encontrei a solidão.
Hoje... ando a procura de leveza... sou um fugitivo da rudeza.
Quando uma lagrima inadvertidamente escapa face abaixo,
liquefaço-a em tempestades de alegria,
danço em devaneios com a agonia,
depois... eu sigo em frente, pego carona com a ventania.
Em minhas viagens, a melhor delas foi quando cheguei... em mim,
passei a respirar a minha verdade, e o tão pequeno que sou.
Desvaneço a minha soberba, desconstruo a minha altivez,
ando reconstruindo o meu fim.
Claro... que é a conclusão material, ficarei nos meus poemas,
no que sou, nos meus sentimentos... na minha poesia,
ficarei no que mais acredito “é preciso ter coragem para ser feliz.”
Tanto que, até alterei os meus passos, as minhas escolhas,
os meus atalhos... a minha travessia.
Efêmero pode ser o meu olhar,
fugaz os meus abraços, os meus beijos, os meus minutos para amar,
mais serão intensamente e os farei eternos enquanto existirem.
Hoje... só tenho uma estrada, uma direção.
Tenho apenas um destino... vou somente para dentro de mim...
E quando se chega à alma,
tudo vira silencio...
Paz.
Contemplação.
E invariavelmente transforma-se
em amor.

Ari Mota

4 comentários:

Denise disse...

Uma linda trajetória essa em que culmina com esse encontro essencial, o destino de cada um de nós, ainda que caminhantes às cegas...não existe outro lugar pra ir além desse, e é no silêncio dessa descoberta que ouvimos tudo que é preciso, e precioso.

Resiliência é a fonte da paz, da serenidade, a ponte entre a lição e o aprendizado.
Lindo, como sempre, teu compartilhar.
Uma semana abençoada, meu amigo querido!

RITA DE CÁSSIA disse...

Tudo o que você escreve é simplesmente perfeito!!!!!

Cicero disse...

Mto legal, grande poeta

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta

Passando para agradecer a carinhosa visita, é muito bom senti-lo aqui.
Quanto ao texto, como sempre profundamente real, escrito com e para a alma.

Um beijinho com carinho
Sonhadora