domingo, 16 de junho de 2024

O QUE ME SALVOU


 







O que me salvou, foi não ter certeza...
- De nada.
Revesti-me...  de todas as dúvidas possíveis.
E crível... só foi o que encontrei por dentro... de mim.
E foi uma vagareza sem fim,
tardou uma vida,
quase desisti.
E hoje sei que:
- Livre é o homem que jamais recusa ser o que é.
E assim, sou eu...
Incompleto e aprendiz.
 
E inexorável foi-me o destino,
não sei se me ofereceu tanto,
só sei que tirei proveito de tudo.
Embebedei-me de poesia,
embrulhei-me de silêncio,
e transcendi a todas as solidões,
e a vida por diversas vezes,
quase me fez perder o folego,
algumas lagrimas desceram pelo rosto,
mas... hoje por ter tantos amores,
sou louco e feliz.
 
O que me salvou foi só ter a certeza,
que o meu amor é um tanto diferente.
E ele não esconde nos meus olhos:
- ele um dia se apagará.
Nem no meu abraço:
- ele irá enfraquecer.
Nem no meu toque:
- ele pode ser fugaz como um temporal.
Nem nas minhas palavras:
- elas podem desaparecer com o vento.
Nem adormecer no meu coração:
- ele um dia deixará de existir.
 
O meu amor se eterniza em outro... lugar,
vou te amar com a minha alma:
- Nesse lugar sagrado... nesse templo.
E estará comigo em todas as outras vidas,
e nesta...vou sussurrar baixinho “eu te amo”,
até quando eu partir.


Ari Mota