Ele
sempre foi angelical,
sempre
me olhou com ternura,
e com
candura...
colocava
emoção onde a frieza queria moradia,
e me
sacudia em noites de solidão.
Ele veio
me consertando ao longo da minha vida,
a fez
livre e atrevida...
nunca me
permitiu voltar à velha estrada,
e dizia:
se reinvente, tente... antes de partir,
mas, não
passe no mesmo caminho,
nem que
sozinho... tiver que seguir.
Ele sempre
foi o meu emocional,
de todas
as vezes que me direcionou,
o melhor
atalho foi quando me levou... a mim,
- foi o
melhor lugar que cheguei,
e o que me
fez ser, o que hoje sou.
E ele
veio me consertando, reconstruindo,
e em uma
dessas madrugadas de desespero,
em silencio
e sem exagero...
ofereceu-me
companhia.
- uma louca
bailarina e duas borboletas,
e inundou
a minha alma de calmaria.
Ele
sempre esteve no meu ritual,
nunca me
permitiu apequenar,
sempre me
desafiou... a amar,
mas...
carrego um segredo,
que às
vezes me dá medo...
acho que
este meu anjo, enlouqueceu,
ou virou
profeta...
anda orientando-me
a só carregar... leveza,
e em delicadeza
sentir a fugacidade do tempo,
a
brevidade do existir,
e
prosseguir assim, como um menino, um poeta.
E
assim...
Ando descarregando
alguns fardos,
e tenho
abandonado pelo caminho...
esses
ressentimentos que grudam na alma,
essas
culpas que aderem na consciência,
esses
juízos que tiraram a minha calma,
essas
sentenças descabidas,
e de dentro...
toda a violência.
Ando por
aí, mais leve, flutuo às vezes,
esbarro de
vez quando em estrelas perdidas no céu,
esvazio-me
com todo o esplendor,
e no
lugar... ando completando com amor.
Ari Mota
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