Nosso amor tem sobrevivido todo este tempo,
todos estes temporais,
e mesmo assim, eu queria que ficasse para sempre,
e sempre eu ainda acho pouco,
preciso que permaneça mais um tanto,
algumas vidas a mais.
Já o coloquei dentro de um coração feito a canivete
naquela arvore da praça.
Depois docemente fantasie-me de poeta e o depositei para
dentro de um poema tímido,
de um verso ingênuo,
de uma rima descabida.
E naquela noite sussurrei em prosa, e o perpetuei no infinito.
E na madrugada seguinte... em delírios, o gravei nas estrelas.
E quando o sol se fez, convidei milhares de borboletas azuis
e saímos cantarolando todo o meu amor por você.
E tudo foi muito pouco,
preciso perpetuá-la em todo o meu existir...
Pensei... deixá-la tatuada na minha pele,
mas, efêmero lugar... e já envelhecida.
Não teve jeito,
a tatuei na alma.
Ari Mota