daquela voz que me chamava,
me aprisionava,
daquela mascara agarrada à
cara, dos meus sonhos... senis.
Tentei pactuar com eles uma
trégua, eu queria instantes de alívio,
e coragem para ser feliz.
Mas um dia, em fúria... e em
loucura, os coloquei na rua, os mandei andar,
os mandei embora, os afastei
do meu íntimo, da minha essência.
Entre tantos loucos... sou
doce e livre,
sei que a vida só irá me
oferecer... o que eu for buscar.
E o fiz incessantemente, como
quem procura a si mesmo,
como não consegui surpreender
o mundo, surpreendi a mim... mudei
fui me reconstruindo,
desapegando dos rótulos,
não permiti um código de
barras na minha pele,
virei aprendiz de mim, nada
perco, troco-me... transformei.
Das derrotas... compactei
todos os meus desesperos, e deles, fiz uma estrada,
e da estrada uma rampa, onde
salto profundo sem os meus medos.
E as ferramentas que preciso
para mudar o meu mundo, sem me abater,
esconde em minhas fantasias e
no meu destemor em enfrentar os meus reveses,
e na firmeza em encarar os
perigos que é... viver.
Como sou otimista...
Já estou com plantio nas
terras longínquas do amanhã,
resgato o sorriso, o
apreço... sem coisificar pessoas, e suas ousadias.
E em metáforas espalho flores...
nada sentencio ou censuro,
preparo-me tanto... que
passei de mim,
já estou com saudade do meu
futuro.
E, ó... para os meus
fantasmas... com todo o desfavor,
para os meus medos... para a
minha solidão,
sei que tudo posso... mudar e
conseguir,
e para o tempo que haverá de
vir,
eu tenho uma solução:
amor.
Ari Mota