Que
possamos observar os pássaros,
espelhar
em todos os seus voos,
eles
sabem que antes... do bater das asas,
é
necessário se jogar,
lançar-se
no vazio, sem medo,
e só
depois abrir as asas e voar.
E
existir é isso,
temos
que arremessarmo-nos,
e como
nossa essência é outra,
nosso voo
só pode ser para o interior,
atirar-se
para dentro de si mesmo,
sem
saber aonde ir e com todo o destemor.
Mas, que
nesse voo...
consigamos
reconhecer nossos fantasmas,
atravessar
nossos desertos,
e lidar
melhor com a nossa solidão,
só assim
desnudaremos nossas incertezas,
nossa
infinita mansidão.
E que
nesse imergir,
interpenetrem
em nossas almas... luz e lucidez,
e que
tudo isso... sejam nossos excessos,
e
possamos realmente nos encontrar,
quem não
se joga... não se acha,
não
consegue encontrar ninguém para amar.
Que
tenhamos coragem de nos olhar,
e mensurar
nossa pequenez,
o quanto
ainda temos para desembrutecer,
o quanto
nos falta de leveza, de candura,
dos
resquícios de desespero que ainda nutrimos,
e da
ausência de sentimentos e ternura.
Que
antes de bater as asas,
saibamos
nos jogar por inteiro... para a vida,
e jamais
sejamos um quase, um talvez,
que tudo seja intenso, tenha inteireza,
que tudo seja intenso, tenha inteireza,
e que tudo
acabe em pleno voo,
existir
basta se jogar, sem nenhuma certeza.
Se
jogar... é estar em sincronismo com a dúvida,
é não
desistir,
que tudo
isso... seja puro e ousado,
que não
tenhamos medo do medo, nem da dor,
que a
ousadia nos provoque,
e nunca nos
faça ignorar o amor.
Um comentário:
Oi Ari!
Gostaria de saber se a descrição do seu perfil foi você mesmo quem escreveu.
Acabei de achar seu blog e li pouca coisa, mas o pouco que li já me encantou.
Você sabe se expressar muito bem através das palavras. É algo quase mágico.
Tenha um ótimo dia!
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