Que
doidice foi o nosso amor,
fluiu
como uma brisa descomprometida,
foi
quietude juvenil, segredo pueril,
e
sobreviveu a todo esse tempo,
e de tão
simples,
transformou-se
numa extravagância,
de tão
singelo,
tornou-se
excêntrico, incomum,
e de
sereno virou uma infinita elegância,
e
desmedido, espelhou o absurdo de cada um.
É... olhando
tudo isso, e amarmos com amamos,
vejo que
temos com a doidice uma relação visceral.
É que,
nós gostamos desses doidos,
esses selvagens
e inocentes,
que ao
escrever a sua vida,
- só utilizam-se
de vírgula, e reticências...
e amam
como nós,
desconhecem
o ponto final.
Gostamos
desses doidos que não nos olham com aflição.
Fitam-nos
com ternura e leveza,
e
sutilmente compartilham o silêncio e o riso,
desconhece
a nossa utilidade,
e nada
quer de nós,
tampouco,
oferece-nos para beber,
a
própria solidão.
Gostamos
de gente leve,
que tem
o peso de uma pluma,
a
suavidade de uma flor.
Esses
que nos tocam sem esbarrar na nossa pele,
e nos
desperta os reinícios,
esses que
não culpam o destino,
esses que
amam suas escolhas,
- gostamos
mesmo é de gente distraída, desarmada,
que
falam de poesia e amor.
Gostamos
de quem consegue nos ver com a alma,
esses que
não estão nem aí,
com a
nossa loucura,
nem com
a nossa lucidez,
seja lá
o que for.
Gostamos
dos desavisados,
esses
que não nos patrulham,
só nos
recepcionam com candura,
mesmo sabendo
deste desuso sentimento que temos:
- a
doidice do nosso amor.
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