Que
tenhas clareza,
com o
tamanho do caminho.
Existir
é uma viagem que não tem como voltar,
nem tão
pouco, saber aonde ir.
Mais
parece uma insensatez desmedida,
uma
aventura fugaz,
um
ceticismo indizível,
que pode
nos deixar sozinho,
se
esquecermos de amar.
Que tenhas
leveza,
com o
tamanho da solidão.
São
abatidos, os que se esvaziam,
esquecem
de sonhar,
perdem
as paixões, o êxtase em existir,
a
resiliência em enfrentar os vendavais.
Tens é
que desfilar por aí, louco e livre,
nem que
transite absolutamente só, na multidão,
como um
atrevido, só para se encontrar.
Que
tenhas certeza,
do
tamanho do irreal.
Estamos
fartos de amigos virtuais,
de
abraços que nunca chegam,
de
ausência do beijo e do calor da pele.
Perdemos
até a fragrância dos perfumes,
ficamos
prisioneiros de um monitor.
E tudo
ficou desconexo, o afeto ficou banal,
e o
encontro, resumiu-se em atrações digitais.
Que
tenhas lucidez,
com o
tamanho da sua ousadia.
Não
simule uma felicidade inatingível,
sinta
todas as dores e todos os medos,
rasgue-se
em riso de todas as incertezas,
abisme o
inquietar de fora, com a calma de dentro.
Perpetue
a audácia em sempre recomeçar,
transmudando
o desespero em calmaria,
e tendo
como provável... o impossível.
Que
tenhas na alma,
quietude
e resplendor.
E saiba
desfrutar dessa existência,
não tente
nem ir, nem voltar,
ela é
única, porque ela é agora,
e, é a
mais efêmera de todas as viagens.
E não saia
destilando magoa, nem rancor,
e se tiver
que enfurecer...
Se tiver
que explodir... que seja de amor.
Ari Mota
Um comentário:
Bom dia, Ari
Belo poema, abraços.
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