A pressa
já me acompanhou,
corri
desesperadamente,
não sabia
bem o que queria,
nem aonde
chegar.
Olhei
por diversas vezes no mapa,
busquei
o norte,
andei
por lugares que não tinham fim,
rumei em
direção ao sol,
segui
estrelas em noites de luar,
fiquei
na estrada atrás de uma carona,
caminhei
a ermo, sozinho,
perdi-me
diversas vezes,
até que
cheguei ao meu destino,
e deixei
de errar o caminho,
- Cheguei
a mim.
E
encontrar-me foi o maior dos espetáculos,
tão
pequeno... tão imenso.
E então...
este corpo acolheu essa alma,
e
passamos a devanear por aí,
e já
fomos além da pressa,
e não
chegamos a lugar nenhum,
óbvio...
que hoje, serenamos os passos,
e
contemplamos tanto,
maravilhamo-nos
além da medida,
que às
vezes, extasiada, a alma quer ficar,
como
pactuamos o não abandono,
e um ser
o refúgio do outro,
o corpo
sempre retorna,
e a alma
enlouquecida demora a voltar,
vem aos
poucos, aos pedaços,
como não
sofremos de urgência,
o corpo
está ali a esperar.
E assim,
suportamos as tempestades da vida,
e persistimos:
plácidos...
quando deveria se desesperar,
mansos... mas intensos... resilientes,
quietos...
quando deveria gritar.
E assim,
existir nos enfeitiça,
meu corpo
e minha alma... tornam-se um,
e encaramos
a ventania que for,
temos
uma energia incomum,
uns
esqueceram o que é,
outros nunca
ouviram falar,
- nós a
chamamos de amor.
Ari Mota
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