Como o
tempo me ensinou...
Hoje, ao
despertar para viver mais um dia,
olho em
minha volta, e deparo com duas criaturas:
Fitam-me
com desejos, apetecem por mim,
cobiçam
o meu eu, minha alma.
E uma, atrevida,
já está de braços dados comigo,
sussurra
coisas insanas,
toca a
minha pele suavemente,
implorando
a minha decisão,
e parece
uma disputa corporal,
puxa-me,
quase me arrasta,
e diz
que não vai me deixar na solidão.
Mas, com
medo de outros tantos erros, desconfio,
ela não
está me oferecendo tempo para a escolha,
mais
parece um vendedor de utopia,
verbaliza
coisa sem nexo, coisas que não presta.
A outra
apenas me olha com amor... silencia.
São
criaturas mitológicas do meu interior,
paradoxais
na minha vida.
- Uma é
a tristeza, a outra a alegria.
Não tenho
duvidas,
escolho a
segunda e saio enlouquecido,
para
viver aquele dia,
e o que ainda
me resta.
Como o
tempo me ensinou...
Amanhã,
aquelas criaturas estarão ali,
uma perplexa,
me esperando.
A outra,
em quietude me olhando.
E todos
os dias, é isso, tenho que decidir,
um eterno
disparate.
Tenho
que controlar as emoções,
e
escolher... para sair.
Sei que,
lido bem, com essas criaturas.
Verdade
é que necessito das duas,
é no
abismo entre elas,
que
encontro o meu livre arbítrio,
e não me
vergo em desventuras.
Ser
feliz... é uma atitude, uma postura desmedida,
é
enfrentar essas criaturas, até o fim,
e não
deixar nada de pequeno nos consumir.
- É para
os que tentam, insistem, com seus amores,
mas,
também para os que depois de tudo, desistem,
tem a
coragem de reiniciar,
de encontrar
um novo abraço, a delicadeza de um novo beijo,
de uma
nova perspectiva para a alma, e novamente amar.
Creiam...
ser feliz é só para os atrevidos,
esses
que mergulham dentro da alma, e fazem suas escolhas,
- e só
os intensos vivem assim.
Ari Mota
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