Se tiver
que empoderar... que o faça... para dentro,
silenciosamente.
Ocupe
cada possibilidade de si mesmo,
cada
expectativa... cada resquício de fantasia,
cada
devaneio... cada ímpeto de loucura,
revire
pelo avesso todos os seus delírios,
visceralmente.
E
depois, invada seus vazios, inunde-os de ilusão,
sonhe
como se estivesse em desespero,
e se for
construir um templo... que seja dentro da alma,
e que
seja o único refugio nos momentos de tempestades,
e que
ele seja somente seu, intocável,
do tamanho
da sua solidão.
Se tiver
que empoderar... não o faça... para os outros,
não
construa nada do lado de fora,
aprenda
a não possuir nada,
arraste...
somente o que precisas,
leve
apenas e tão somente... singeleza,
tenha
candura nas palavras e no olhar,
no
mais... nada mais... antes de ir embora.
E
depois, se errar, ria desesperadamente com leveza,
e se reinvente,
para logo ali... fazer melhor.
E se o
acaso emudecer-lhe, provocando... medos,
-quem
perde a voz... ganha o silêncio,
passa a
possuir profundidade.
Se
apagarem as luzes... acenda as estrelas,
o seu
fulgor tem que vir de dentro,
da
sutileza dos seus segredos.
Se tiver
que empoderar... conceda-lhe,
as
próprias escolhas... seja líder de si mesmo,
sem
ninguém saber.
Repense a
direção e as emoções,
esquiva-se
da escuridão... irradie luz,
essa coisa...
mais adentro, intrínseca, invisível,
o que
não dá para mensurar, nem ver.
Pense
com força, rijeza... resiliência,
sem
abandonar o singelo, o simples,
e sem
muitas peripécias e nem imensas proezas.
A vida
acontece neste instante,
é fugaz
como uma ventania,
estúpida
nos rouba a ousadia,
viver...
é só para quem é artífice das delicadezas.
Se tiver
que empoderar... descortine-se,
acautele-se
com o que pensas, e a palavra que verbaliza,
pondere
a medida do “não” e a grandeza do “sim”
reveja o
sentido que caminhas,
a vida
acontece no seu decorrer,
ela só é
igual no fim.
Ari Mota
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