Tudo teve uma lentidão incomensurável,
e por
diversas vezes sozinho,
quase
entrei em desespero.
É que
tudo que vivi... foi muito hostil,
e a vida
me foi áspera,
bruta
como... noites de temporal,
fria,
estreita, rude como caminho sem volta,
e inundar
essa alma de amor,
foi-me
um exagero.
E eu
resiliente... nunca desisti,
de
encontrar-me.
E fui me
descortinando,
deparando
com esse que sou,
encontrando
com os meus paradoxos,
desvestindo
as minhas perspectivas,
e tímido,
edificando as minhas escolhas,
no
sentido mais profundo.
E sem
saber onde parar...
fui me
encontrando.
Tudo que
passei foi intenso,
recomecei
por diversas vezes.
E fui me
redescobrindo a todo instante,
eu já
não mais buscava o tangível,
faltava-me
algo abissal, maior que eu.
E distraído,
deparei com a imensidão da alma,
e hoje,
quando recomeço, é ali o meu primeiro passo,
é ali,
onde encontro a minha sinergia,
onde pactuo
seguir sempre adiante.
E assim,
me descortino,
renovo
de tempos em tempos,
também
pudera, jogo fora... os meus excessos,
e tomo
de assalto... os meus vazios.
Rasgo esses
lacres que tentam colar na minha pele,
desfaço
esses nós que permeiam o meu caminho.
Lido com
as minhas duvidas com desassombro,
sempre
atrevo a enfrentar os meus medos,
e dançar
loucamente com os meus desafios.
Que ao
descortinar, me... escape a solidão,
e eu
continue tendo lucidez para ouvir,
e
quietude em querer falar,
e nunca
segure essa alma que pulsa,
que às
vezes acho que vai sair de mim,
essa que
reverbera em sempre reiniciar,
essa que
me acalenta e me acalma,
essa
enlouquecida... atrevida,
que me faz
sempre recomeçar.
Ari Mota
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