Feliz, quem…
Teve alguém para amar,
e quando o tempo exíguo...
sinalizou que ia embora,
quando a escassez de si
mesmo... procurou abrigo,
sem desassossego ficou
esperando a... hora.
Feliz, quem...
Conseguiu aperceber,
que pouco é... construir
castelos, amealhar jóias,
e em soberba atitude, só
conquistar poder,
e desfilar com títulos e vaidades...
acumulando moedas,
se não soube reinicializar...
depois das quedas.
Feliz, quem...
Nestas madrugadas insones,
teve um peito para dormir,
e em isolamentos
ocasionais, nunca se sentiu sozinho,
e em irresolutos vazios,
teve um colo para silenciar,
e alguém para estar ao seu
lado... no caminho.
Feliz, quem...
Nem por descuido do
destino, endeusou-se de insensatez,
nem se fartou de coisas...
e na alma, tudo semeou,
e sustentou equilíbrio no
existir, e tudo amou,
com altivez.
Feliz, quem...
Entendeu, que de todas as
riquezas... a maior,
é quando partir... ter
alguém... para despedir,
e que nada foi ilusão... e
tudo valeu... apesar da solidão.
Feliz, quem...
Renunciou a tudo que é
tangível,
e regou a alma... esta tênue
e invisível essência,
e a fez... forte e
sensível,
viveu um grande amor... em
resiliência.
Feliz quem...
Ao meio deste embrutecer de
almas,
inda conseguiu descobrir
sentimentos, e construiu um jardim,
uma varanda para sentar em
fins de tardes,
e percebeu borboletas
esvoaçantes,
e como eternos amantes,
comprometeram-se...
encontrar-se depois... deste fim.
Feliz quem...
Conseguiu despojar de quase
todos os supérfluos,
e em silêncio, sem ser
comum, sem nenhum clichê
acreditou na força da alma
que ama... que crê,
e sem pedir “cuida de mim”...
teve a coragem de dizer:
-eu cuidarei de você.
Ari Mota
2 comentários:
Ari Mota... Adorei! Sou seu fã! Gostaria de pedir licença para compartilhar seu texto em meu Blog! Obrigado...
Caro Emerson
Obrigado pela gentileza... é uma honra... ter um texto do Resiliência da alma publicado em seu Blog...
abraços na alma
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