Imaginei que, tudo...
poderia ter sido apenas uma analogia descabida,
coisa... de gente atrevida,
uma invenção juvenil... falta do que fazer:
Cheguei a comparar a minha alma... com o universo em
expansão,
claro que foi doidice... só podia ser alucinação.
Mas, tudo independeu de outros olhares, de outra opinião,
eu vim mesmo... aprovisionando na minha alma... leveza.
Óbvio foi que, tive que matar uns fantasmas que me
rondavam...
em indelicadeza.
Mas... a abasteci de sonhos, de poesia, de ternura...
inocência até,
a fiz... expandir
em manhãs de alegria, e em madrugadas de solidão.
A preparei, para oferecer os melhores abraços, os mais
ternos beijos,
fui abrigo em noite de frio, vento em tardes de calor,
emprestei o peito para o sono, afaguei em demasia,
destilei desejos,
dei colo, enxuguei lagrimas no abandono, amparei soluços..
e como amei.
Estimulei com toda a intensidade, fui porto em noite de
tempestade.
Uns deixei entrar, outros tive que retirar... sem nenhuma
aflição.
Sei que morri diversas vezes... e rebrotei... virei silêncio...
Repaginei a minha trajetória, e todos os meus conceitos,
preparei tanto a minha alma que quase virei... imensidão.
E hoje... envelhecido...
Lamento...
Quem... não quis acreditar no meu amor.
Quem... não quis plantar no meu jardim.
Quem... não quis ouvir a minha musica, ler os meus
poemas.
Quem... não quis me ver rastelando as folhas secas... no
inverno.
Quem... não quis aplaudir-me... quando, formatei o melhor
de mim.
Lamento...
Quem, não quis repartir comigo a sua dor.
Quem, não quis permanecer ao meu lado para sempre.
Quem, não quis dividir os desassossegos, e festejar os
acertos.
Quem, não quis curtir os meus devaneios, e a doçura dos
meus delírios,
e livre... nada me dar... nada levar... nem deixar... nem
pôr.
Lamento...
Quem... afastou do meu perfume, e nem me deixou a
fragrância do seu.
Quem... não
caminhou na mesma estrada que passei.
Quem... não sentiu
as emoções que senti.
Quem... não
conheceu o meu andar.
Quem... não viu a
coragem que tive, e das vezes que de medo... tremi.
Quem... não
conseguiu me amar.
Saiba, passei... como um cavalheiro invisível,
vivi com profunda paixão à vida e tudo valeu.
Lamento...
Quem, não quis acreditar no meu amor.
- não me encontrou... você me... perdeu.
Ari Mota
2 comentários:
Amei pessoas que não mereceram o meu amor, mas olhando para trás apenas lamento...mas não por mim, e sim por elas que não se permitiram amar.
Meus aplausos, texto maravilhoso
Um bj
Meu amigo poeta de além-mar,
há quanto tempo não vinha aqui...e o que tenho perdido!
Mas voltei e amei esta mensagem, feita poema.
A vida só faz sentido se houver AMOR...seja ela Amor-paixão ou Amor-amizade.
Precisamos de viver o agora intensamente, aprender com os erros e continuar o caminho...mas sempre com amor.
É pena quando perdemos a vontade de viver....porque o passado não volta nunca.
Um grande abraço
Canduxa
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