E se houvesse
um lugar...
que não
fosse tão longe assim.
Desses...
que é só virar a curva.
Desses...
que é só descer a rua,
e
encontrar leveza.
E se
houvesse um tempo...
que não
demorasse tanto.
Desses...
revestidos de recomeços.
Desses...
que se parecem ventania,
transvestidos
de delicadeza.
E se
houvessem humanos melhores,
que não
fossem tão hostis.
Esses...
com coragem de dizer “eu te amo.”
Esses...
que ainda cuidam da alma.
Esses...
que ainda sonham sem ilusão.
E se
houvessem aqueles...
que não
tropeçassem em seus próprios vazios,
e
soubessem enfrentar a si mesmo,
amenizando
o seu desespero,
sem
alimentar a sua solidão.
E se houvessem
os que não tivessem tanta certeza,
Esses...
que não morrem por dentro.
Esses...
que se reinventam.
Esses...
que vão se construindo vida afora,
e
manifestam gratidão.
Como
estou entardecendo...
e já não
há duvidas que caibam em mim.
Quisera
eu... por um descuido...
por um
instante... “estar” nesse lugar e tempo,
e
chama-lo de meu,
e
leva-la para passear com o meu silêncio,
conhecer
do meu amor,
da minha
loucura,
sem se
importar com o fim.
Ari Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário