Que sensatez
foi-me... o tempo,
olha-me
inofensivo e com ternura.
Às vezes
me remete,
naquelas
ruas desvestidas que vivi,
onde fluíam
momentos invisíveis,
e ensejos
de abandono.
Mas, foi
lá... que cresci,
e hoje
envelhecido,
sei que
crescia para dentro e não sabia.
Foi
lá... que distraído,
encontrei
a minha resiliência,
o meu
amor.
E nunca
sofri de solidão,
nem de
lonjura.
Que sensatez
foi-me... o tempo,
rememora
tudo que passei.
Ocupei-me,
tanto em resistir,
que nem
me lembro... se sofri.
E hoje o
tempo...
olha-me...
como se eu fora um menino,
sussurra-me
noite adentro,
como uma
aragem descomprometida,
e
confessa-me que sobrevivi aos vazios.
É que
todas às vezes,
que eles
atreveram-se a entrar,
invadir
a minha alma...
encontrou
despertando,
todos os
sonhos que guardei.
Que sensatez
foi-me... o tempo,
vivi tão
intensamente,
que nenhuma
espera me foi infinita,
tudo foi
uma apoteose sem igual,
uma
magia descabida,
e
efêmero foi... existir.
Sacie-me
de amores,
e envelheci
amando,
carregando
leveza, lucidez,
e
silêncio.
Como,
ainda tenho sonhos...
ando
seduzindo o tempo:
- a estender o dia de partir.
Ari Mota
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
A SENSATEZ DO TEMPO
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