Para o
mundo... e ele estava ali sepulcral,
vazio,
o
silencio me doeu,
ardeu
como noites de abandono,
me vi...
sem alguns dos meu amores,
abriu um
vão aqui dentro...
um nada...
colossal.
Tive que
redimensionar os sonhos,
redescobrir
o existir,
e
olha... eu já vinha fazendo isso,
virei
poeta, deixei de coisificar os desejos,
- Só que
esse momento é impar,
saio à
rua e não encontro ninguém,
o que
nos foi oferecido nos assusta, e tudo é fugaz,
como um
raio em noites de temporal,
posso
desaparecer sem se despedir.
Mas
aí... eu... estava quase... esquecendo,
tenho a
resiliência como companhia,
tenho
umas obras inacabadas,
e ainda
não é tempo de partir.
Sabe o
que vou fazer?
Com o
mundo depois dessa solidão?
Vou me recarregar
de mais leveza,
cuidar com
mais desvelo,
os
jardins que carrego na alma,
desses
devaneios, desses delírios inocentes,
que se
avizinham a uma doce loucura,
mas,
amenizam a minha aflição.
Vou ter
mais olhares que cicatrizam,
e mais
palavras que se silencia,
vou
emudecer mais, somatizar mais ternura,
revivificar
a minha própria luz,
robustecer
a paixão pela vida,
e viver
cada dia com mais brandura.
Olhei...
Para o
mundo... e ele estava ali... frágil,
intenso...
regenerando almas,
restaurando
valores, temperando sentimentos,
permitindo
congraçar consigo mesmo a própria historia.
Sabe o
que vou fazer?
Com o
mundo depois dessa solidão?
Vou
levar menos peso, abrandar todas as angústias,
e tudo
será vivido com mais esplendor.
Percebi
que aquele que não se regenerou,
viverá
vagando por aí, como um apedeuta,
sem
amor.
Ari Mota
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