Exagere...
Ouse
exagerar vez em quando,
e sem
sofreguidão,
só
exagera... quem deixa de olhar para fora,
e passa
a se encontrar na parte de dentro,
faça
tudo com mais intensidade, mais alento,
podes
até dançar sozinho em noites de solidão,
só não
pode deixar de se atrever,
antes de
ir embora.
Não
esqueça... tudo é fugaz como uma ventania,
talvez
não tenha tempo de viver todos os sonhos,
e ser tão
racional.
Não queira
concretizar todas as obras,
calçar
todas as ruas, beijar todas as bocas,
talvez, seja
exígua a sua passagem por aqui,
e tudo
será tão somente um escasso temporal,
e o
pouco que fizer, terá que o fazer com ousadia.
Exagere...
Mude de perspectiva...
busque outro ângulo,
descortine
a sua resiliência, insista mais um tanto,
faça o
silencio te tocar por dentro com esplendor,
procure atravessar
os seus desertos,
desapareça
para dentro de si mesmo,
e preencha
todos os seus vazios,
e entre a
fúria e o desespero... fuja com o seu encanto,
enlouqueça
mais... desvaire mais... de amor.
Exagere...
e se despertares,
e uma
sensação estranha apossar da alma,
e
sentires como se hoje fora o seu último dia,
e
perceberes indo... sem despedir,
não... não
se deixe enganar pela dúvida,
somos
acometidos com esses deslizes do existir,
são os
sinais, vindo do interior,
agarre-se
no talvez, e talvez não seja o dia de ir,
não
antecipe a dor,
inda será
possível se reinventar,
e dará
tempo de... exagerar.
E
exagere... na emoção,
no
sentimento, na suavidade do olhar,
na contemplação:
-
exagere ao amar.
Ari Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário