Imaginem...
essas cenas:
Olho ao
meu redor e vejo inebriado o meu anjo,
que
doidice foi aquilo, momento lúdico,
era
tanta ventura, um acaso do destino, um arranjo,
eu e ele
entrelaçados, misturando risos e inocência,
ouvindo “zorba
o grego”, nas ruas de athenas.
Mas,
também pudera... talvez, foi aquele vinho Grego,
que
tomamos com Dionísio aos pés do Parthenon,
naquela madruga
fria... de delírio e loucura,
que nos
fez subir até a acrópole, lá na altura,
para ver
o mundo, falar de sonhos,
filosofar
sobre o desapego.
E o meu
anjo... em êxtase,
repetiu
varias vezes:
- O
sonho não pode perecer.
Embora
sabendo que seria repreendido,
confidenciou-me
baixinho,
no
silencio da noite e antes de amanhecer:
- a alma
desconhece o tempo,
só o corpo
ficou preso a essas pequenezas,
e será
reduzido a poeira, esquecido em algum lugar,
enquanto
a alma... essa sim, eterna,
exibirá
o quão valeu sonhar,
estampará
todas as suas tentativas,
evidenciará
todas as suas batalhas,
o quanto
evoluiu para em outras vidas voltar.
Sonhe
até a exaustão,
sonhar,
não passa de uma energia descomunal,
o
manterá para sempre de alma jovem,
e tornará
aprazível até a solidão.
Mas, não
o deixe escassear,
escorrer
visceralmente, ficar pelo caminho,
o mantenha
aceso, faça com que arda,
não
permita que o sonho venha a acabar.
E se uma
nuvem entediante envolver sua alma,
troque...
de perspectiva, de perfil, o retrato atual,
encontre
outros desafios, outros livros, uma nova flor,
troque
as pessoas tóxicas, por seres mais leves,
mais
livres... embebecidas de ternura,
impregnadas
de amor.
Ari Mota
2 comentários:
Depois de ler várias vezes. Descubro uma caixa de surpresa,a vida.
A surpresa é quando você se descobre e começa um ciclo novo de como ser.👏
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