A vida
acontece no... entretanto,
e, é esse
intervalo de tempo,
que de
tão efêmero,
às vezes
a alma distraída... perde o encanto,
não
define o próprio percurso,
o
caminho que irá passar,
com seus
delírios, suas loucuras,
com a doce
magia de a tudo resistir,
com a
infinita coragem de sempre mudar,
para
tornar tudo isso um espanto.
Entretanto,
nesse entreato,
depois
do começo e antes do fim,
que de
tão fugaz,
às vezes
a alma desatenta... vai a esmo,
não tem
o cuidado com o que não cabe dentro de si,
e
permite que os ciclos sejam sempre iguais,
com o
mesmo tom, a mesma cor,
e não se
atreve aos reinícios,
treme
com a ausência de um norte... de um cais,
e
vagueia por aí, a procura de si mesmo.
A vida
acontece nesse... entretanto.
Chega
como uma ventania,
e muita
das vezes vai sem despedir,
não
marca a hora de partir,
e sabe
que não existe receita para ser feliz.
E
assim... tens é que:
sempre olhar
com altivez, e sem soberba,
e fazer tudo
ser sublime como uma poesia,
e se
tiver que olhar para baixo,
que seja
para o próprio peito,
a
procura de um vão... de um vazio,
e como
quem se obstina... se completar,
inundando-se
de sonho... ousadia.
Mas...
para
suportar os acasos do caminho,
a alma
tem que explodir de emoção,
experimentar
o silêncio e amar,
arquitetar
um cúmplice para esse amor,
e não
passar por aqui... sozinho,
não
tentar ser um arquétipo para os outros,
verdade
é... tem que ser o seu próprio consumo,
o
inteligível de si mesmo... sem ilusão,
só assim
suportará a aridez do percurso,
quando o
tempo lhe apresentar a solidão.
Ari Mota
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