Que
nenhuma tempestade nos amedronte,
e esse
medo de cultivar a si mesmo desapareça.
Que
saibamos preencher esse vazio que nos habita,
essa
imensidão de duvidas que nos provoca.
Talvez,
narcisar é o que nos falta,
cultuar
mais a própria beleza,
essa
escondida na alma,
essa que
por não conhecê-la, nos sufoca.
Que estes
vendavais não nos subtraíam o rumo,
e que
possamos abandonar esse olhar para fora,
mudar o
que está por dentro,
e desconstruir
a incerteza de não ser mais um.
Andamos com
muita pressa,
um
inquietar sem igual, uma ânsia descabida,
e
ficamos à deriva, qualquer vento nos leva,
e sem
saber, não chegamos a lugar nenhum.
Existir...
nunca foi tão hostil como agora,
ficamos
demasiadamente autômatos,
e desperdiçamos
o olhar, o encontro,
perdemos
a emoção.
Estamos
vagando por aí, cabisbaixo.
Mas, há
que se fugir de todos os paradigmas,
se
tivermos a intenção de ser incomum,
mesmo
sabendo da solidão.
Temos
que viver sem dilacerar a alma,
deixar
pelo caminho tudo que oprime e cansa,
aprisiona
e nos encurta,
e
aumenta nossa loucura.
Que
saibamos dançar em noites de desespero,
rir das
vezes que nada deu certo,
silenciar
quando era inútil debater,
e aproximar
para não sofrer de lonjura.
Que
tenhamos a coragem de cultivar nossos desertos,
semeá-los
com singeleza,
e com
extrema sensatez.
E
atrever-se em dizer “eu me amo,”
Vim me
edificando, e este sou eu,
e faria
tudo do mesmo jeito, e outra vez.
Ari Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário