Que
eu nunca saiba mensurar o tempo,
que
vivi.
Que
eu tenha apenas a dimensão do tempo,
que
me falta.
E
que, continuar aqui,
ou
morrer... nunca me foi uma escolha,
-
e nem sei como, cometer tal loucura.
Como
não tenho como voltar,
por
caminhos que passei... infinitamente a procura.
Que eu saiba, inda impelido,
pelo
encanto do existir, pela destemidez da luta,
compreender... que depois de algum tempo,
tudo
isso... todo esse meu medo e desespero,
transformará em beleza e ternura,
e
que resistir continuará sendo a minha substância,
e
que a resiliência que mora em mim,
que
me habita, permanecerá visceral, profunda.
Que
eu nunca, diga nunca,
e
que tudo seja um talvez,
uma
incerteza descomprometida.
Que
eu possa debruçar apenas em reinícios,
que,
de todos os meus fascínios,
resistir...
seja o maior deles,
e
continuar... seja, a minha atitude mais atrevida.
Que
eu nunca saiba mensurar o tempo,
que
sofri.
Que
eu tenha apenas a certeza que ele me tornou,
mais
compassivo.
Que
eu encare o tempo que me resta,
como
o melhor que eu tenho.
Quero
que ele venha solto, descomedido,
venha
sacudir a alma,
e
melhorar com delicadeza o que sou.
Que
eu jamais saiba o tamanho do tempo,
nem
que um segundo possa ser uma eternidade.
Que
eu tenha apenas a grandeza,
da
sua metamorfose em mim, e do quanto sobrevivi,
varias foram às surras que levei da vida,
me levaram até ao chão,
e levantei varias vezes, e não morri,
e levantei varias vezes, e não morri,
só
me fiz ser... evolução.
Que
eu jamais esqueça...
que
foi no desconforto do tempo que cresci.
Ari
Mota
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