sábado, 3 de junho de 2017

EM OUTRAS VIDAS

Nunca consegui entender... tudo isso,
e sempre soube que não seria fácil,
- compreender esse silêncio que me atravessa.
Nunca consegui aquietar a minha alma,
e somente eu... sei o barulho que ela faz,
parece que está em quietude,
- mas tem toda uma pressa.
Como não vim para me completar aqui,
e terei outras paragens,
outras vidas para viver,
que... eu nunca canse de tentar tanto,
e passar sempre amando, sem nunca me perder.
Nunca consegui entender... tudo isso,
cheguei a pensar que tudo seria calmaria,
e tudo chegou como uma tempestuosa ventania,
e em grande fúria, me bateu sem dó,
como se fosse um furacão.
Resiliente... levantei varias vezes,
resisti a tudo que me devora,
nunca me senti... só.
E sou isso... essa coisa inacabada,
levanto todos os dias e vou,
sou um canteiro de obras...
- estarei sempre em construção,
até, o dia de ir embora.
Há dias... que ao meio de uma batalha,
silencio-me... vou ouvir a minha musica,
escrever a minha poesia,
agasalhar a alma de toda essa rudeza,
sem nunca, deixá-la vazia.
Tentei de tudo... fiz de tudo,
nunca consegui juntar coisas,
nunca tive o domínio de nada,
não é desculpa, ou um escudo,
é que... só passei a perceber as emoções,
e só posso controlar a energia que tenho por dentro,
esse amor que em mim visceralmente esconde,
coisas que só a gente responde,
essa coisa que transborda e ninguém vê.
essa ânsia contida, essa timidez atrevida,
- de murmurar, eu... vivi sem clichê.
E tudo foi intenso... e faria como fiz,
do mesmo jeito, com a mesma medida.
Só consegui entender... o quão tudo é fugaz,
quando ao meio de tantos temporais tive que ser feliz.
Inda ficarei por aqui... um tempo,
sem entender tudo isso,
e aos que eu amei... essas almas queridas,
- que eu possa casualmente tropeçar em vocês,
em outras vidas.

Ari Mota


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