Nunca o
vi... eu sei,
mas, o
percebia em meu entorno,
contemplava-me
como ninguém,
e eu, me
sentia emoldurado dentro daquele olhar angélico.
E, ele sempre
me sussurrava: agüente firme.
Outras
vezes, segredava-me: espere.
E muita,
das outras vezes, murmurava: levante,
não
desanime.
E
assim... seguiu as coisas, e o meu existir,
e nada me
foi em vão.
E esse
ser espectral, sempre estava sentado ao meu lado,
inundando
minha alma de brandura,
ficando
comigo em noites de desespero e solidão.
E tudo
no fundo... foi profundo... belo,
até que...
passei a me reequilibrar diante dos temporais,
e em vez
de ser sombra, passei a ser luz,
iluminei-me
por dentro,
expandi a
minha essência... de simplicidade,
tornei-me
tão pequeno... que cresci sem saber,
virei
uma imensidão de possibilidades,
e
depois, gargalhei dos meus fracassos,
e
tímido... ocultei os meus triunfos,
sem de
nada... me arrepender.
Transmudei
com tamanha impetuosidade,
que às
vezes procuro aquele que fui ontem,
e não
mais me encontro.
E me
vejo assim... vivendo somente o hoje,
sei
que... beirei a mais lúcida loucura,
e
experimentei ausências absolutas,
sem
perder a ternura.
Evolui
sem perceber, e não me restou... nada mais,
a não
ser... saber o que sou: essa incompletude,
essa
quietude... cheia de emoção.
Pois, viver
me foi intenso... impar,
uma vida
só... foi-me, e esta sendo... muito
pouco,
necessito
de outras tantas, para me completar.
E hoje,
sei o que estou fazendo de mim,
sou um poema
inacabado,
em busca
da mais perfeita rima.
Sou
rudeza que se refina,
em busca
do mais alto requinte,
antes do
fim.
E a
vida? Me, foi um esplendor.
Quando
sozinho... contemplo as estrelas,
quando na
multidão... contemplo a mim mesmo,
danço
enlouquecido com a própria alma,
e isso
me faz... transbordar de silêncio,
e de
amor.
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