Se
conseguir escolher...
escolha
o silêncio.
Se
suportar a quietude...
dance
com a solidão.
Se
não achar o caminho...
nunca
volte.
Se
a vicissitude esmurrar a alma...
abra
todas as partes entranháveis de si mesmo,
e
visceralmente suplante...
todos
os momentos de aflição.
Se
idear que a vida é um fardo...
um
peso desmedido,
que
tenha a coragem...
de
fazê-la como plumas ao vento,
e
que infinitamente...
saiba
provocar risos, em vez de desespero,
e
que nada exceda a sua leveza.
Que
redirecione o sonho...
que
saiba escolher novos atalhos,
procure
novos amores, novos amigos,
mude
de livros, de rua, de conceito...
e
saiba buscar em tudo... beleza.
Se
conseguir doar-se...
doe,
da sua fonte inesgotável,
e
o que falta... é só incendiar a alma,
afoguear
a gentileza.
Se
conseguir amar...
que
saiba preencher outros vazios...
vazios
que nos devora, implacável dor...
que
nos remete a solitude.
E
que seja intensa essa entrega,
esse
dar-se inteiramente,
que
seja uma infinitude,
e
que saiba render-se a essa delicadeza.
Se
conseguir amar...
ame
com toda a solidez e sem cansaço,
muitas
das vezes o que falta... é só um abraço.
Se
conseguir amar...
desapegue
das perolas e brilhantes,
muitas
das vezes o que falta... são flores,
pouco
ou muito...
somos...
a soma de todos os nossos amores.
Se
conseguir amar... que seja com todo o esplendor,
e
se tiver que exaurir-se... que seja de amor.
Ari
Mota
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