Por
diversas vezes, me reuni com o destino,
e
todas às vezes... nada aconteceu,
varávamos
madrugadas... eu e ele,
às
vezes ele me olhava com carinho,
outras
vezes... com puro desdém,
eu
falava ao vento, e ele ali... mudo,
inerte,
contemplava a minha aflição,
e
não esboçava nada com ninguém.
Eu...
como tinha pressa de viver,
e,
em um desses acesos de loucura,
tomei...
o caminho do sol,
o
abandonei em uma dessas esquinas que passei,
eu
precisava dividir os sonhos e as minhas dúvidas,
compartilhar
a minha solidão... e ir,
enfrentar
as minhas tempestades,
sem
temer o tempo que há de vir.
Por
diversas vezes tentei falar com o meu destino,
e
tentar, tirar dele... onde tudo isso... ia dar,
qual
seria o final... em que porto... eu iria um dia parar.
Mas,
de tudo, o que mais me tocou... foi o seu silêncio,
e
bom mesmo, foi descobrir a sutileza do seu segredo,
“Que
graça tem saber do fim”,
e
assim, continuei, fui viver os meus entremeios,
sem
saber o que estava reservado pra mim.
E
isso me deixou... mais leve,
despojei-me
das expectativas, e nada mais esperei.
E
hoje, vou com pouca bagagem, e sem dramas,
desonerei
a minha alma dos entulhos,
retirei
os detritos, as sobras... só levo os inteiros,
e
quase ninguém me acompanha,
exceto...
uma bailarina louca, e duas borboletas,
que
fazem da minha vida... a maior de todas as façanhas.
E
assim... eu existo...
Sou
apenas o tempo que medeia, o inicio do meu fim.
E
entre eu, e o meu destino... acertamos, que nesse intervalo,
nessa
exuberante passagem... um não deve olhar para o outro,
e
que, ele apenas possa... levar-me, sem nada dizer... enfim.
Olha,
quando tomei o caminho sol, sem nenhum desatino,
e
tracei apenas o rumo... sem querer saber do meu destino,
uma
luz acendeu dentro da minha alma, com todo o fulgor.
E
assim quando querem me amesquinhar... viro silêncio,
quando
derramam lagrimas, despejo alegria,
quando
jogam desalento... apareço com a minha teimosia,
quando
ensaiam ódio... e desalinho intenta... impor,
como
tomei o caminho do sol e tudo é luz:
desforro
com o meu amor.
Ari
Mota
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