Necessitas, é...
Em vez de interagir com a
tecnologia,
como um autômato,
acessar os sentimentos, e declarar
em demasia,
falar mais... de amor,
teclar menos... não permanecer
prisioneiro de uma coisa,
nem enfraquecer as emoções,
precisas... é desapegar do
monitor.
Pare de fingir que o outro
não existe,
ainda... há tempo de
estender o olhar em delicadeza,
e em brandura, sublimar o que
ainda tens de paixão,
o reconquiste.
Perdestes foi... o toque,
a sutileza do contemplar.
Percebes a marca do
perfume...
e não reconhece a aveludes
da pele.
Percebes o corte do
vestido...
e não descobre a
delicadeza do corpo.
Percebes os atributos do
metal...
e não descortina o espírito.
Percebes a cor do batom...
e não desmistifica o sabor
dos lábios.
Fica ali... ao lado... e
tão longe... sem amar.
Precisas, é...
Interagir com a alma...
ela é feita de apelos, e
sempre,
valer-se-á de um socorro
em madrugadas de temporal,
de um colo,
alguém para lhe acolher
nos dias de indiferença.
Não abandone o seu amor...
sem abrigo...
ao meio de um vendaval,
tome sua mão, como quem não busca recompensa.
Às vezes... tudo está tão
perto... e tão distante,
e o tempo fugaz... como
ele só... tira-nos a ilusão,
rouba-nos o direito de
esperançar,
e tudo mistura ao vento e
vai embora...
e ficamos sozinhos,
sem norte... pelos caminhos...
E esquecemos que viver é
compartilhar a solidão.
Ari Mota
3 comentários:
A tecnologia tem tirado de muita gente o sabor delicioso de exercer no outro os 5 sentidos... algo tão delicioso, tão quente, tão gratificante. Texto lindo. Um bj
Verdadeiro, escrito de uma forma sensível por alguém que presta atenção na alma.
Não conhecia aqui e gostei.
Um abraço!
Olá,
E, compartilhando a solidão, vamos nos enriquecendo e ela deixando de existir...
Abraços fraternos e quaresmais
Postar um comentário