quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O TEU VALOR

Mensurar a si mesmo... é para quem tem ousadia,
e pode durar uma vida... um sonho... um delírio qualquer.
Mas, imprescindível... é saber que não basta ter planos para ser feliz,
precisas é... ter coragem... para prosseguir... continuar,
e fazer... uns reparos, uns consertos... uns reinícios,
e existir... sem aplausos, sem rótulos,
e não permitir alguém te catalogar,
ou opinar em suas escolhas... fazer censura na sua teimosia.
Mensurar a si mesmo... é intrínseco aos que batem asas,
e vivem como uma brisa descomprometida e a tudo extravasas,
e tudo que emite, emerge da alma, ecoa do silencio,
e transforma em prece,
sem estarrecer com os tropeços, nem deslumbrar quando envaidece.
É caminhar assim... na dimensão de si mesmo,
com suas dúvidas e certezas,
e saber olhar tudo com doçura... e, em vez de gritar...
emudecer.
É quando olhas em circunspecto... e para dentro,
e sente que foi invadido por uma ausência de desassossego,
de aflição,
de uma vontade de quietar-se, chegar á alma... sem  desabar,
e depois disso...  perceber uma escassez de inquietação,
uma calmaria sem fim... e um remanso roubar-lhe a tristeza,
e aí... descortinar o momento de treinar muito... à ser você,
e seguir... somente... com quem te traga leveza,
e gastar o melhor que tens... com quem transpira... amor,
e não mais transitar... com ninguém... cheio de nada,
que lhe dê um peso ou um sonho prosaico... para carregar,
ou que te olhes com desdém... sem mensurar o seu valor,
e depois... passar a fugir de quem... vocifera futileza.
Mensurar a si mesmo...
é agarrar os momentos de... silêncio e de pausa,
e voltar todas as manhãs para a vida... para a sua vida,
renunciar este olhar em demasia para com os outros,
para superficialidade do existir, para as coisas,
para os demais destinos,
e voltar-se para si, para o próprio caminho em causa,
e desapegar das mascaras... e não mais, disfarçar de alguém,
ser o melhor de você... o que nunca ninguém viu,
e não mais cair nas armadilhas do ego, das idiotias,
e não mais sair julgando pessoas e suas escolhas,
e nem olhar quem chegou... ou partiu.
Mensurar a si mesmo... é descobrir o seu real valor,
é combater o que te apequena... te faz solidão,
é ser melhor... do que foi ontem...  virar mansidão,
e restaurar os sonhos e
transcender o inusitado...
e o amor.

Ari Mota

Um comentário:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo

Como sempre encontro-me nas tuas palavras.
A vida é tão breve que devemos aproveitar cada instante, porque quando damos por isso já passaram os nossos melhores anos.


Um beijinho com carinho
Sonhadora