Vou te contar...
O que me fartou não foram às coisas...
nunca as carreguei,
o que me provocou escaras...
foram os sentimentos,
e trazê-los quase virou
tormento, quase que desabei,
anuí em demasia, e aos
outros, emprestei-lhes muito o meu sim,
e em recusa não ponderava
nada para mim,
e foram tantos os tropeços,
as surras que levei,
que o destino me achou em
deleite... foi indulgente... enfim.
Peguei... outra estrada, outra
coordenada,
foi um salto quântico, que me
levou além dos sonhos, mudei...
Não tive escolha, vim embora
do meu passado,
desisti de lá morar,
como o tempo... que há de vir,
não me pertence,
e por não saber do amanhã...
tive que acontecer hoje,
ínvia... foi-me ir e
depois... voltar.
Hoje... se me vires passando
como um mago em descompasso,
talvez... carregando um
semblante austero, aparência sóbria,
- não se assuste... não passo
de um menino... atrás de um abraço,
que no final procura
compensar o começo,
das razões erradas, e dos
desacertos que hoje desfaço,
e não mais... sufocar-me com
a ausência de emoções,
nem vivenciar dogmatismos, ou
outros olhares... em provocações,
passei a ser eu, sem me
arrepender.
Hoje não mais abraço o
corpo... virou um lugar comum,
em alucinação... hoje,
abraço... a alma.
E todas as vezes que assim faço...
troco alegria... provoco sinergia,
sem fingir, sem ninguém saber.
Hoje... se me vires... cabisbaixo...
passando na rua,
- não se preocupe,
fui ficando transparente... se
me olhares bem, verás... além de mim,
- enxergarás a minha alma,
e se fechares os olhos,
sentirás o que nunca sentiu,
- eu abraçando a sua.
Vou te contar... no mar da
minha vida, tudo se reproduz,
ondas são brisas, vento vem e
vira calmaria, e a tudo... amenizas,
e assim vou seguindo...
poucas sombras e muita luz.
Existe dentro de mim uma
janela aberta ao universo,
para que todos os dias eu
possa... sem temor,
abraçar a alma do mundo,
com amor.
Ari Mota
Um comentário:
Seus texto são maravilhoso, sempre vejo-me um pouco neles... Um bj
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