Podes... até achar que a
multidão é companhia,
ou que vaguear em solitude...
é andar sozinho.
Podes... inclusive verter-se
em desespero,
construir hiatos... no meio
da madrugada,
e desesperançar... no
transcorrer da estrada,
por não atinar o caminho.
Podes... até planear pedir
ajuda,
ou estender os braços
oferecendo o seu destino.
Podes... inclusive
acovardar-se em desculpas,
fugir, fingir e não assumir
as culpas,
e perder-se em desatino.
Mas... verás... que para
orquestrar o próprio sonho,
não precisarás de
coadjuvante, terás que ser o protagonista.
Terás que fazer as malas...
ir passear na frente do próprio tempo,
e em todas as manhãs se
refazer... livre de qualquer vento,
e crer, que tudo ainda está
para acontecer... e vendo isso... insista.
E verás ainda... que podes
até tropeçar nos sonhos, no meio da via,
e não fazer dele uma rampa...
onde se salta sem limites.
Mas... então, terás que...
acender os olhos, afoguear os desejos,
ser... o único interprete das
suas escolhas, ser faísca... lampejos,
ser uma coletânea de si
mesmo, em silêncio, sem que... grites.
O tempo de um homem... é a
validez do seu sonho,
a ressonância da sua
energia... que contamina, espalha.
Sonhar... é estar feliz, é
caber no instante presente,
sem ressentimento do que viveu,
ou do que virá em vertente,
é maturar candura, farejar
equilíbrio... abandonar o que abrutalha.
A validez de um sonho... está
nas tentativas,
na insistência, na formatação
da luta.
Na ousadia de levantar mais
cedo, rasgar os velhos projetos,
provocar o novo, fazer uma
assepsia na alma, nos desafetos,
e reiniciar com brilho,
renascer latejante, de forma revoluta.
A validez de um sonho... está
nos segredos da alma,
que descortina... para os que
não querem o comum,
e fazem... diferente, com
toda a serenidade, e calma.
A validez de um sonho...
principia com todo o fulgor,
para os que são maestros de
si mesmo,
que erram, entram em
descompasso... perdem o ritmo,
e precisam recomeçar...
e passam a entender que não
basta... sonhar,
tem que revalidar o que carregam
de visceral:
o amor.
Ari Mota
Um comentário:
Hoje quero ser egoísta e pensar que este poema MARAVILHOSO foi escrito para mim, pois ele se encaixa perfeitamente com meu momento.
"Podes... até planear pedir ajuda,
ou estender os braços oferecendo o seu destino.
Podes... inclusive acovardar-se em desculpas,
fugir, fingir e não assumir as culpas,
e perder-se em desatino.
Mas... verás... que para orquestrar o próprio sonho,
não precisarás de coadjuvante, terás que ser o protagonista.
Terás que fazer as malas... ir passear na frente do próprio tempo,
e em todas as manhãs se refazer... livre de qualquer vento,
e crer, que tudo ainda está para acontecer... e vendo isso... insista."
Obrigada Ari por nos oferecer tão lindo e profundos versos. Um abraço
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