Precisas... é,
dar relevo ao tempo que medeia... o chegar e o partir.
É entre esse intervalo... que irá suceder nossas vidas,
é entre esses extremos que passamos com o nosso existir,
que espacejamos nossos triunfos e nossos fracassos,
amamos sem querer, beijamos sem prazer,
odiamos demasiadamente e não achamos as saídas,
e tropeçamos ao meio da noite com o medo e a solidão,
e no princípio da aurora, quando o amor esmurra a porta:
- trememos de pavor... de aflição.
Precisas... é,
desdobrar as asas para sustentar o vôo... antes de tudo
terminar,
estender o impulso e saltar sobre os abismos de si mesmo,
e sentir o esbarrar na face... do vento trazendo o recomeçar,
e depois repetir, ensaiar e tentar... quantas vezes...
necessário, for,
sem culpa, desculpa... sem nada tirar, sem nada por.
E voltar... ressurgir como sempre foi, verdadeiro...
textual,
e transparecer... sem se importar para os que te olham e
julgam,
ao encontrar em nossas almas um selo autêntico e atual.
Precisas... é,
reforçar o riso... para enfrentar as vicissitudes,
e dançar em madrugadas de alegria, sozinho na praça... no
jardim,
acender a alma, afoguear de paixão o dia,
a vida... é muito para um dia ter um fim,
mudamos... apenas de palco, de publico... do aplaudir.
E nossa apresentação transcorre... assim,
e o melhor do nosso espetáculo, da nossa exibição,
mesmo com as pernas tremulas, boca seca... será o nosso
aguerrir,
nossa coragem para ser feliz... nossa infinita... decisão,
de sempre e em qualquer tempo... continuar.
Precisas... é,
realçar a nitidez da alma,
refletir-se em singeleza... beleza até.
Não permitir que o olhar se perca... sem ternura,
e esqueçamos... do abraço, do descompasso do afeto,
do respeito, do perdão incompleto,
e tudo conceber com quietação... e com candura.
Precisas... é,
passar por aqui com o seu melhor show.
E se tiver que ir embora... amanhã ou agora,
saiba que... tudo valeu o zelo... e nada irá recompor.
- passou...
e transluziu-se de amor.
Ari Mota
2 comentários:
O que é preciso é sermos verdadeiramente nós, viver a vida intensamente, com o corpo e a alma leves (sem ódio, nem mágoas)tentando esquecer o que passou e sem nos preocuparmos com o amanhã. A felicidade que tanto procuramos é sinônimo de simplicidade. É sempre bom vir aqui. Um abraço.
"
desdobrar as asas para sustentar o vôo... " - tocou-me profundamente, pois em fazendo isto tudo o´demais tornar-se-á possivel. Abraços.
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