Assimilei muito bem, ao longo
dos meus dias,
dos meus acasos, do que vivi...
todos os sentimentos.
Confesso, experimentei todos
eles,
houve aqueles, que invadiram
a minha alma... sem avisar,
e disfarçados... travestidos
de pura indelicadeza,
instalaram dentro do meu
peito... incerteza,
mas, já os mandei embora,
mandei... andar.
Outros tomaram de assalto com
brandura,
e acomodaram candura no meu
olhar.
Como falei pouco de mim, do
meu universo interior,
o tempo me permitiu... depois
dos descaminhos,
jamais desplugar dos sonhos,
do meu caminhar.
E na descoberta, e depois de
tudo isso... só existe a chegada,
estou indo não sei para onde,
nem sei o lugar,
eu tenho é que atingir esta
distancia com todo o resplendor.
Por tempos... venho afogueando
a energia da minha alma,
encontro atalhos... altero a sua
freqüência,
faço-a emanar para fora de si
mesma, em resiliência,
e em noites de solidão... brincamos
de silêncio,
lavo a minha alma com as
estrelas, e dormimos ao luar.
De todos os sentimentos...
somente de dois, tenho o
maior desvelo:
o tamanho da minha coragem e a
do meu medo...
e sempre entre eles, estimulo
e provoco o confronto,
sem nenhuma inquietação,
cuidado até... sem atropelo,
e com coragem, ao medo... eu
afronto,
um tem que ser maior que o
outro, pura disputa
e esses são os meus abismos,
são os meus extremos,
a temeridade da minha luta.
Minha fraqueza... supro com os
meus amores,
com almas comuns, com as
minhas escolhas, sem fingir.
Olho-me com coragem, meus
olhos vibram como sempre,
e isso me faz seguir.
Como falei pouco de mim, do
meu universo interior,
talvez toda essa batalha,
esse medo... seja só, para...
quando chegar ao topo... encontrar,
nada além de mim,
nada além da minha coragem,
nem do meu amor.
Ari Mota
Um comentário:
Acho que vc descreveu com perfeição os efeitos de alguns sentimentos sobre vc.. quando "tomaram de assalto com brandura, e acomodaram candura no meu olhar""
Um abraço afetuoso, e com saudade!
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