achei... que de tudo, ali era o meu limite,
e que esta fronteira tênue, esta linha estremada,
não era o começo de nada, mas invariavelmente o fim.
Quase abandonei a ilusão da busca, a utopia da
conquista,
a fantasia da descoberta, os devaneios de existir,
quase desisti da estrada.
Mas só o tempo me ensinou a ver na escuridão...
A vida é um efêmero sonho, é um relâmpago em noites de
temporal,
é um quase tudo, outras vezes um quase nada,
é espesso como uma rocha, descomedido como a solidão,
fugaz como uma despedida, vazio como uma distancia
abismal,
viver é um talvez, e às vezes afigura ser o que não é,
e de tudo... fica somente vivê-la intensamente,
e ter sempre a coragem de reiniciar, reconstruir o
caminho,
rir dos desacertos, da singeleza dos desencontros em
desalinho,
e exausto abandonar as paixões menores e olhar a vida
com a alma.
E assim tenho vivido...
Faço que o meu silêncio mude o mundo, o meu mundo,
e a calmaria me invada e faça de mim quietude,
e o fascínio em ser feliz, possa permear-me até nas
vicissitudes.
Assim sou eu... já não procuro as respostas, nem
perguntas faço mais,
sou contemplação.
Sei que sou diferente... ando, em sinergia com o
universo,
conto estrelas, inda percebo uma lagrima que rola face
abaixo,
um sorriso descomprometido, um beijo
perdido, um verso,
uma falta de abraço, um carinho em descompasso, uma
emoção.
Às vezes e sempre saio por ai, sozinho, caminhando ao
anoitecer.
Mas o tempo me ensinou a ver na escuridão.
Olho com a alma e sem segredo,
e depois continuo a caminhada sem medo,
e com amor.
Ari Mota
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