terça-feira, 22 de março de 2011

O DIA QUE ME ENCONTREI


Um dia entrei em casa e o destino estava a me esperar,
as malas prontas, os documentos na mesa... tive que partir,
como cresci olhando o caminho, observando a longa estrada,
segui sem muito recear a caminhada,
segui sem paradigmas, sem saber se um dia eu ia voltar.
Muitos passaram por mim, fiquei perdido em nuvens de poeira,
pedi carona, companhia, sem rumo e sem saber aonde ir.
Resiliente não me senti em desalento, fui seguindo o vento,
sem confrontar as diferenças... fui solidão, ausência,
uns perderam-se nas marginais de sua essência,
e outros tantos voltaram sem sentir o sabor da dúvida,
e o medo de se perder em meio a sua jornada.
E assim, lancei meus pés na via do meu percorrer,
fui escolta de mim mesmo, não receie perder,
tropecei, cai, levantei,
tive que transcender as quedas.
Encarei o que uns a chamam de vida, eu a concebo como existir,
fui combate, insisti, repeti muitas vezes,
fui quase à exaustão, desabei, fui emoção,
nunca desisti.
Mas... houve um dia... que abandonei todas referencias,
e passei a construir a minha história.
Só assim, consegui caminhar livre, voar em devaneios,
passei a ser personagem de mim mesmo, passei a ser eu,
até que um dia eu me encontrei.
Hoje escolho os meus caminhos, meus jardins,
minhas borboletas, minhas flores.
Fiquei tão seletivo, que só ando comigo,
e com meus amores.

Ari Mota

2 comentários:

Nara Sales disse...

Crescer, às vezes, quer dizer abandonar! E ser seletivo é uma virtude.

Denise disse...

Conceber a vida como existir, ser resiliente, permite-nos ser o aquilo que somos, após transformarmos e acomodarmos em nós mesmos as referências que recebemos.
Esse encontro que vc descreve é o pré requisito das escolhas seletivas - e a preservação da essência que concebeu a própria existência.
Vc me faz refletir com o teu caminhar...

Uma ótima noite, meu querido amigo, povoada de sonhos lindos.
Beijo