Um dia o destino concedeu-me o existir,
ainda menino percebia o aumentar dos músculos,
o esticar da pele, o ascender da vida.
Maravilhei-me com a descoberta, e me perdi na duvida,
o esticar da pele, o ascender da vida.
Maravilhei-me com a descoberta, e me perdi na duvida,
percebi que cheguei inteiro de corpo, mas fracionado de alma,
eram pedaços por todos os lados, espalhados, amontoados,
uma desordem sem igual, um desalinho... um temor,
faltava-me essência, brotava vazios,
doía o peito sem ter ferido a carne,
faltava-me essência, brotava vazios,
doía o peito sem ter ferido a carne,
descia lagrimas sem ter tido a dor.
Foi quando o tempo fez-se de mestre, e eu de aprendiz...
Foi quando tive que recompor a mim mesmo,
andei recolhendo e resgatando pedaços de mim, pedaços de alma,
às vezes em noites de solidão,
às vezes em tardes de ventania,
às vezes em dias de calmaria.
E assim recomponho-me em sinergia,
dispo-me do medo de ser eu.
Busco-me a todo o momento, me reconheço em todas as manhãs,
sou conhecedor de mim.
Não coleciono coisas, agrego coragem para ser feliz,
sou forte, fraco, simples, imenso... calmo,
estou quase inteiro, e minha alma também.
Pactuamos celebrar o último pedaço, antes do fim,
e em devaneios, e com todo o esplendor,
gritar... a mim mesmo, que a vida é apenas um instante,
e que para ser inteiro...
o último pedaço de alma:
tem que ser amor.
Ari Mota
2 comentários:
Querido amigo, mais um lindíssimo poema. Tenha um excelente final de semana. Beijocas
O strep tease mais ousado que já fiz...
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