Se um
dia... acordar estranho,
e um
sentimento pretérito invadir sua alma,
o
sacudir sem dó,
e doer
sem tamanho,
o fizer
embriagar-se de passado,
e de
coisa que já tinha esquecido,
fazer-lhe
reimaginar o que se perdeu no tempo,
das
estradas vazias, e da cama sem ninguém,
dos dias
que caminhou... só.
Lembre-se...
você não está mais lá, você partiu,
agende
uma reunião consigo mesmo,
pode ser
nessas noites de silêncio e reflexão,
e
reimagine todos esses desertos que atravessou,
todas as
vezes que sobreviveu a solidão
e não
desistiu.
O que
tens a fazer é comemorar quando tudo mudou,
quando...
sem querer,
experimentou
a sua coragem,
quando
na verdade cansou dos seus medos,
e
extraiu os excessos que acumulou na alma,
essas
quinquilharias guardadas... sem serventia,
essas
inutilidades dos pensamentos,
que
ficaram sedimentadas visceralmente,
quando
teve que fazer uma assepsia.
Mas, que
de tudo... fique apenas,
o
quanto... extasiou-se por ter extraído de dentro,
quem um
dia tanto te... machucou.
E se
tiver que reimaginar a vida,
só reescreva
os dias de encanto e ternura,
só
reedite as gargalhadas infinitas que deu,
os
beijos proibidos que roubou...
e
aqueles dias insanos que viveu.
Só
reimagine... das vezes que amou,
faça uma
releitura da sua história,
arranque
aquelas paginas,
que
constam aqueles que te odiou.
Só
reimagine das vezes que foi feliz,
é
chegada a hora de apagar...
o que
não te fez bem,
e não se
importe se ainda restou... cicatriz.
Reimagine...
o
espetáculo que foi chegar aonde chegou...
o quanto
evoluiu,
o quanto
descobriu,
o quanto
te transformou.
Ari Mota