De todas
as loucuras que cometi,
de todas
as insanidades que fiz,
a maior
delas foi... esquecer de morrer.
Tive
momentos de lucidez,
instantes
lúdicos... virei silencio,
virei poesia,
virei dia,
disfarcei-me
de amanhecer.
Comovi...
com tão pouco,
e tudo
me foi intenso, fugaz,
e eu que
procurava... paz,
a vida
me fez sacudir... me fez estremecer,
também
pudera... espelhei-me,
na
rebeldia dos espíritos adolescentes,
nesses
que não traçam rota de fuga,
e
teimam, e desconhecem o medo,
insistem,
e obstinam mais um tanto,
e são
protagonistas de si mesmo,
sem
esmorecer,
não
permitem que lhe roubem... a emoção,
explodem
de coragem, resignificam a ousadia,
ardem...
brilham com o imprevisto,
e
veemente... não dispensam o riso,
atrevem-se,
insistem em ser... feliz,
e tudo
vira... pura teimosia,
mesmo
sabendo... que podem deparar com a solidão.
E assim:
desvairo...
com quem destila destemor,
e mesmo
em chamas,
dançam a
beira de um abismo descomunal,
tremem
diante da vicissitude,
mas...
continuam, sem desistir dessa viagem,
dessa
vida descomedida, desse disparate sem igual.
Desatino...
com quem
não se importa com o desconforto,
e mesmo
em desvantagem,
enfrentam
a inclemência do tempo... e sua incerteza,
e
intrépido encara... seus triunfos e fracassos,
e
durante os combates... avigora a alma,
e deixa
inabalável... os sonhos,
e
suportam a escassez... com mais leveza.
De todas
as loucuras que cometi,
de todas
as insanidades que fiz,
a maior
delas não foi só... esquecer de morrer,
foi
invariavelmente encantar-me e aprender,
com a
fina magia dos tropeços,
que os
espíritos jovens... carregam vida a fora,
e que
refletiu em mim... em todas as vezes que tropecei,
ensejando...
levantar com mais solidez, e melhor,
revelando
esse assombro,
nesse
desafio... que é viver.
Um comentário:
Que maravilhosa insanidade,
que eu também me esqueça de morrer e aprenda,
apesar de que, aprender dói.
Mas evitamos cair as mesmas quedas.
Milhões de beijos
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