De quando
em quanto,
descubro
que tudo é culpa da minha alma,
atrevida...
evoluiu,
e nunca se
desilude.
Insolente...
desafia o inusitado,
desconstrói
os velhos paradigmas,
incita e
provoca o desacostumado,
e me
confidencia que... posso muito mais,
e que...
em mim... sobra atitude.
De quando
em quando,
vislumbro
nunca apagar esta luz aqui na alma,
agarro-me
nesses caprichos de nunca desistir,
e me
pergunto por quê... tamanha teimosia,
olha...
talvez me empolguei em viver,
e saiba...
a vida me sacudiu em demasia,
e esteja
certo... carreguei no ombro, e visceralmente,
esses pesos
invisíveis, essas dúvidas incabíveis,
até
que... fui deixando pelo caminho,
tudo
que me sangrava... apoucava-me,
e
me deixava em desalinho.
De
quando em quando,
eu
e minha alma... sentamos ali no meio do nada,
na
esquina... com a ilusão, no meio da solidão,
e
em retrospecto... rimos das nossas doidices,
da
nossa ingênua insensatez...
e
só eu sei,
das
vezes que o destino nos presenteou,
com
uma bela rasteira, e nos levou ao chão,
mas, sabido
é... que, fui até ele... varias vezes e levantei.
De quando
em quando,
eu e minha
alma, em noites de silencio... e em solitude,
e na
frieza da nossa quietude,
ficamos
ali... olhando as estrelas, penduradas no infinito,
e em contemplação,
mensuramos
o tamanho da nossa pequenez.
De quando
em quando,
olho-me
com apreço, me tenho com estima,
sobrevivi
a essa rudeza do cotidiano,
não posso
negar as cicatrizes,
nem que...
já não sangro mais,
e que...
hoje, lido melhor com o desengano,
esvazio a
alma de ninharias, e a inundo de leveza,
quando
preciso mudar... mudo por dentro,
e vou
assim... até o fim,
é que... sem
ninguém perceber,
andam ao
meu lado e se acomodam na minha alma,
uma
bailarina louca e duas borboletas,
que me
fazem dar férias à morte e esquecer... de morrer.
De quando
em quando,
olho-me...
procuro-me... tento me achar...
e descubro
que... passei de mim.
Ari Mota
Um comentário:
Retornando aos poucos, depois de sangrar muito e me sentir a própria personificação da cicatriz... eu, todinha, uma marca profunda...As perdas doeram e ainda doem...Lenitivos, poucos. Meu blog Solidão de Alma, um deles... Visitar e te ler, outra alegria. Um momento de identificação que sempre existiu. Voltarei sempre... Bom demais estar aqui. Beijos querido Ari.
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