sábado, 1 de novembro de 2014

A SOLIDÃO DA ÁGUIA

Amo... quem edifica pontes,
quem se constrói... só para esperar alguém,
quem desveste a fantasia... e vai ser feliz,
quem cansado... dos vazios,
atreve-se a encher a alma de amor,
e seus sonhos priorizam... sem ferir ninguém.
Amo... quem projeta pontes,
e permite... que passem nela sem ... tributos,
e livres... dançam em noites de isolamento,
aquietam-se em madrugadas de desespero,
não se lastimam... nem repartem a dor,
apreciam um novo vento,
e se renovam em todos os minutos.
Amo... quem em resiliência...
transformam-se em ponte,
e abrem caminho para a convivência,
jogam fora a mesquinhez das coisas,
e sabem o tamanho e a fugacidade do tempo,
e agigantam-se por dentro... com suas dúvidas e certezas,
entregam-se em demasia... em alegria,
sem medo do incomum,
e reconhecem a dimensão de uma ausência.
Amo... quem se transforma em ponte,
só para esperar por alguém que ficou para trás,
estendendo-lhe a alma... só para ele entrar.
Amo... quem não quis ficar pelo caminho... e sozinho,
não ter ninguém para...  esperar.
Amo... quem instalou uma ponte...
que o levasse para dentro de si mesmo...
em grandeza,
leveza,
só para... se encontrar.
Sabe...
amo as pessoas que carregam essa luz desmedida,
essa coragem... de tentar... quantas vezes... for,
em quietude... em solitude:
a sua essência, o... amor.
Sabe...
amo...  as pessoas que destilam forças de outras... vidas,
e não morrem na praça como uma pomba qualquer,
e nem... em vão.
Amo... quem... insiste... e continuam,
e são pessoas que iluminam a si mesmas,
mesmo sabendo...
que podem morrer como águia,
no pico mais alto,
na solidão.
Amo... aqueles que se doam... até o fim,
sem pedir... espere por mim.
 Ari Mota


Um comentário:

Nádia Santos disse...

O que dizer desse teu texto Ari...
Que é simplesmente fantástico.
Adoro te ler. Bjusssss querido.