o
maior deles foi quando me descobri, me achei...
e
foi intensa a descoberta,
vivia
apenas um provável acaso,
estava
preso ao dogmatismo social... sem nada ser meu,
perdido,
espelhando... nos outros, em puro descaso,
esqueci
de mim...
até...
que me encontrei,
e
livre... achei o que me... liberta:
Eu.
E
depois foi só...
emprestar
uma morada para a minha alma,
para
que descobrisse... as asas encolhidas em seu dorso,
e
mais que tudo isso... aprendesse a batê-las... sem esforço,
e
hoje... leva-me por aí... solta, descomprometida,
singela,
calma e atrevida.
De
todos... os segredos que tinha e sem saber,
deparei
com a minha resiliência,
o
meu talento em diminuir e depois crescer.
Mas...
existir mesmo... foi,
quando
deparei com os meus mistérios,
e
tive que me esculpir de dentro para fora,
e
desnudar o melhor de mim,
ser
melhor que eu mesmo,
e
descobrir esse poder infinito que a aqui... mora.
Existir
mesmo... foi,
quando
desenraiveci a alma, desalojei a ira,
fugi
das pequenezas... do torpe... da insignificância,
e
assumi as minhas escolhas, e gargalhei das derrotas...
E
depois... comedido silenciei-me com as vitórias,
virei
silencio... passei a falar quase nada,
para
ser hoje... mais contemplação... e perder a intolerância.
Como
nunca fui multidão,
poucos,
ao meu lado... caminham,
tive
que escolher com quem andar... sem ser
solidão.
Existir
mesmo... foi,
quando
não permiti o estreitar dos sonhos,
nem
o intimidar dos recomeços... da incerteza.
Hoje...
incito a ousadia... o superar... o sobrar das almas,
o
desapego das coisas, e das pessoas pequenas,
faço
que a minha ressonância, o meu eco... seja leveza.
Talvez
por imodéstia, e sem nenhum temor,
de
todos... os segredos, que tive, e que inda tenho,
o
maior deles não foi só... quando me descobri,
nem
me achei...
foi
quando encontrei...
na
alma que em mim habita,
amor.
Ari
Mota
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