sábado, 17 de agosto de 2013

REBROTAR

Depois de tudo...
Eu quero é rebrotar.
Por vezes...
Tive pressa, para não chegar a lugar nenhum,
e, fugazes foram os beijos... e não amei ninguém.
Ensaiei em demasia... abraços, e não consegui repartir a alma,
apropriei-me de um andar sozinho e de uma descabida solidão,
por vezes pedi licença... para passar com a minha dor,
e fiquei neste vaivém.
E depois de tudo... por vezes... e não faz muito tempo,
absorto num mundo que achava ser só meu,
vi que estava à procura de plateia.
E como temia o abrir das cortinas, da minha odisseia,
esperei os aplausos e nada disso aconteceu.
Mas, bom mesmo... é que dei um basta nesta ilusão.
Depois de tudo...
Fiz uma reengenharia das minhas fronteiras, saí de mim, sou o que sou,
e na descoberta vi que estou em tudo, em todas as partes,
parei de ser irresoluto... hoje só vou.
Hoje... por vezes reclamo licença... para passar com as minhas certezas,
descobri que o medo devora os sonhos,
e o excesso de desassossego distancia-me da energia que carrego,
provoca inquietação.
Hoje... peço ao universo que me permita... rebrotar.
Lido melhor com o meu silencio... que, com as minhas palavras,
a linguagem da minha alma é a contemplação.
Há!... sei que não vou conseguir salvar o meu corpo que se acabe,
mas, resiliente, cresço todas as manhãs,
estico a alma, a norteio... para o melhor de mim,
escoro-a com a sutileza dos meus sonhos, não a permito que desabe.
Bem sei... andei a remendando, costurando-a pelo caminho,
a teci com coragem e com ela... enfrentei vários vendavais,
e este sou eu... esta é a minha alma, sem cicatriz, nem espaço abissais,
a liberto das coisas pequenas... e existir é uma grandeza sem fim.
Depois de tudo...
Eu quero é rebrotar... com todo o fervor:
“que o universo me replante ao lado das pessoas que hoje amo,
                      faria tudo novamente... como fiz,
                               e as amaria como sempre amei,
                                                   com todo o meu amor”.
                                                              Ari mota

Um comentário:

Nádia Santos disse...

Simplesmente lindo. Encontrei-me um pouco nas tuas palavras... Obg por sua visita. Um abraço e felicidades.