domingo, 26 de maio de 2013

O ENCANTO... DA QUIETUDE

Vez por outra, me recolho dos temporais...
Encurto-me, faço-me pequeno... para caber dentro de mim.
Em um tempo já passado... inventei que era de medo,
hoje, gasto pelas desventuras, a percebo apenas... como incomum,
fiquei seletivo, não mais travo batalhas com qualquer um,
a inabilidade do oponente... rouba-nos a energia, altera a freqüência.
Dentro de mim tem uma alma e dois corações... um que pulsa,
o outro é livre nas escolhas... resiliência.
Busco o que de mais moderno tenho no olhar... sem tormentos,
penso menos, realizo mais... sem envelhecer os meus questionamentos.
Bom que... consegui ver o existir de outro prisma,
no principiar dos meus dias... achei que tudo era uma guerra,
depois, o aceitei apenas como um ligeiro combate, nada me abisma.
Vez por outra, me recolho...
E uma das vozes da minha alma, é a busca da quietude, é o meu clamar.
É na verdade... quando consigo ouvir o meu silencio,
é quando fujo da escassez de argumentos, do vociferar,
e em valentia... sei que preciso competir só com os maiores que eu,
ali... aumento-me, torno-me mais interessante... melhor,
e...  fica inelutável combater em desespero, em todos os vendavais,
vez por outra... recolho-me para não lutar.
Sem perder... evidente, aqueles olhos pulsantes, vibrantes,
vermelhos de vida, puro clarão,
guardo as armas, paro de contar os mortos, abraço os vivos,
e mando cartas de amor, dizendo que vou voltar.
E minha liberdade inicia aí... o silencio vem me fazer companhia,
e um anjo assenta ao meu lado... segura a minha mão,
e entra alma adentro... vasculhando resíduos de esperança, de ousadia,
restaurando sopros de sonhos, reconfigurando traços de alegria,
e me refaço... intenso, imenso dentro da minha própria pequenez,
sem desabar no abandono da solidão.
Vez por outra... recolho-me, vou para dentro de mim, sem nenhum temor,
lá encontro, num canto... o encanto da minha própria quietude,
olhando para as estrelas em silêncio,
brincando de inocência,
brincando de ser feliz,
brincando de amor.

Ari Mota


Um comentário:

Sara disse...

Gostaria de, em algum momento ter um espaço para relaxar e pensar um pouco mais, mas a verdade é que eu não sei se tenho paciência para escrever agora eu só relaxar um pouco, porque eu estou trabalhando duro no site do restorando